Abriu a Época dos Marmelos!

Por : | 0 Comentários | On : Outubro 16, 2018 | Categoria : Blogue

Com o Outono chegam os marmelos, esse fruto tão mal compreendido mas tão desejado e tão rico, do ponto de vista nutricional.

Efectivamente, poucas pessoas conseguem comer um marmelo cru, ainda que esteja maduro. Mas quando se trata de compotas, marmeladas, doces e geleias, os marmelos são os mais procurados nesta época do ano.

O cheirinho a marmelo assado, marmelada ou geleia traz-me sempre à memória a infância, em casa da minha Avó. As mulheres da família juntavam-se para descascar os marmelos (vários quilos!) enquanto falavam disto e daquilo, das vidas alheias e das novidades da família. Os miúdos –  eu e os meus primos –  andavamos  por ali, a brincar e a saltitar.  Depois dos marmelos descascados, era então preparar o açúcar, a balança, a canela, os tachos e panelas onde se iria confecionar a marmelada e a geleia. As tacinhas de vidro saíam da cristaleira da avó e os frascos para a geleia já estavam escaldados e preparados. Eu adorava ver como a minha mãe e a minha tia mexiam e remexiam, com uma grande colher de pau, as grandes panelas onde os mamelos e o açúcar se iam misturando para dar lugar a uma reacção alquímica mágica. Eu assim pensava:  o que saía daquelas panelas era pura magia, doce, macia, aromática marmelada. Depois as tacinhas de vidro (ao longo dos anos partiram-se muitas, perderam-se, foram distribuidas pelas primas mas eu guardo religiosamente uma daquelas taças da minha infância) ficavam cheias com a marmelada dourada.E a geleia que, entretanto, só a avó sabia  fazer, já estava nos frascos. Era a minha mãe que terminava a tarefa, fechando os frascos de geleia com uma tampa coberta com um paninho redondo apertado, em volta do bocal, com uma ráfia. As tacinhas de marmelada eram cobertas com papel vegetal. E nós, crianças, tinhamos autorização para lamber as colheres de pau, antes de irem para o lava louça.

A minha avó deixava sempre alguns marmelos para assar no forno com vinho do Porto e canela. Era a sobremesa do jantar do dia de fazer marmelada.  Um ritual da minha infância que ficou lá atrás. A vida da cidade não nos permite este cerimonial de Outono. Fica a recordação, doce, e as boas memórias das pessoas amadas que passaram na minha vida.

No entanto, em jeito de homenagem às Mães e Avós que ainda se lembram de nutrir a família com mimos culinários, vou deixar, no site, algumas receitas com este fruto nutritivo com cheirinho de infância.

Divirtam-se a cozinhar e cuidado com os excessos de açúcar!

Um abraço da Tia Céu

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